A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras

A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras
São o chão em chamas onde as lavras

terça-feira, junho 16, 2009

Sob as Ameias Rúbeas as Águas do Bósforo

Junto às muralhas gastas (a esfarelarem-se) a teenager faz o pino:
Os calcanhares encostados a pique na parede de pedra sulcada
E lhe desce tanto o vestido garrido coxas abaixo desmaiado
Até se lhe ancorar nos pubianos sovacos, a barra sobre a testa
Os cabelos diluindo-se na relva entrelinhada e mansa e fresca
Onde os gatos cabriolam de retouça com os corvos de Mármara.

Haverá mínimo crime em ousar o gesto num rompante acrobático?
Que mergulho cometeu seu corpo que tão-só rompeu o infinito
Azul violeta, turquesa doce invertida no mundo de cabeça pra baixo
Na sublime perversão dos sonhos escritos em futuro de ter sido?

Mas serena a língua te explora agora tentando recompor as vestes
Como se fosses desbravada ainda não as curvas descendentes ao verbo
Ainda os pés, os seios
O pescoço, o ventre
As coxas, a boca
A voz
O triângulo da intenção mátria
A serra, o monte-de-vénus
A planície, a seiva
A ânsia cega de falar.


Serena a língua interpreta
Penetra e inquieta o corpo percorre
O teu país de gritar paixão
Navegar entre continentes incontida
A sombra que tece e invade e em chama analisa
A brisa explode contigo – sim, ela também!!

Sem comentários: