AMAR E VER TÊM A MESMA MEDIDA
Que pode um homem pensar, assim direi,
Quando a voz se lhe embarga no ocaso
E o sol, ao esconder a luz, como sua lei
É outra agora, outro o seu desembaraço?
Nada nos aprouve tanto, plebeu ou rei
Me vi ante ela, sujeito em seu duro laço
Nó de apertado rigor e formatado me sei
Como vassalo fiel que só teu sou e faço
Pertencer é um verbo de registo vincado
A que nenhum pretenso ser tem acesso,
Que aquele que bem ama melhor é amado
Sendo também verdade o contrário avesso…
Pois de mim para mim próprio me vejo atirado
Em teu amor, que é todo quanto do meu mereço!
Sem comentários:
Enviar um comentário