VOO SEMINAL
Espera
por ti sem menor esperança
Adjetivos
novos, advérbios nos pés.
A
cada passada, os braços balança
Os
olhos sem suspiro algum
O
grito adormecido
Ondulando
de lés a lés,
Banhado
por luz sem zunzum
Nem
eco, estampido nenhum.
E
se nesse entretanto
Houver
um princípio sem fim
Ou
o pintalgar da terra, cujo manto
Seja
tão colorido como o espanto,
Não
estranhes, nem também te sobressaltes
Com
estampados de barro e esmaltes:
As
flores do meu jardim
Foi
uma ave que as semeou;
E
se hoje ele está assim,
É
por ter sonhado que voou.
Joaquim
Maria Castanho
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