A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras

A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras
São o chão em chamas onde as lavras

quarta-feira, abril 04, 2007

Lúcida luz


Cálculo, supor que me supões assim mais uma mosca morta
Consumida, estrangulada na teia do teu tarantular abraço,
Enquanto as tuas palavras me embalam e a tua baba corta
Tangentes limites, esquadrias que me circundam o espaço...

Portanto, eis o eixo da roda, o picado ponto do compasso
Sobre o qual gira cada ângulo solar do teu inspirado dizer
Que está no estribilho da entretecida língua que passo a passo
Me enreda, aprisiona, tecendo a liberdade de ser meu se em ti ser.


Dei-te hospedagem: alugaste-me o coração, simples rendeira.
Pois desta estalagem fizeste outro castelo de muradas malhas;
Todavia, centrípeta esfinge desliza-me sobre as nítidas calhas...

Rectas linhas, corporais curvas, doces bagos da mesma videira
Croché das Penélopes esquivas, com que de noite me trabalhas
O sonho de crer, no visco que é o querer-te minha a vida inteira!

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