
Esta de estar aquém do quase nada
E porém, sonhar, que se está
A rodopiar no infinito sonho de acontecer
Ser alguém, a quem acontece, que a onde quer que vá
Ou esteja com quem estiver, seja tão-só o teu olhar
Apenas aquele onde sempre eu me queira ver;
O teu sorriso, o meu sorrir
O teu gesto, o meu dizer
As tuas palavras, o meu ouvir
Teu ser de mulher, o meu sentir,
Que se a vida é de quem a sonha viver
Então, a minha tua, pois que estar do teu lado
É querer, nos acordes simples do Sol, do dia
Guia da aurora ao crepúsculo, escutar a harmonia
Opúsculo de sonhar acordado, a trautear
Hino e elegia de ébrio enfeitiçado
A quem menos custaria morrer
Do que perecer aprisionado nas "teias do não te ver"
Todos os dias, e nessa visão, viciado
Mais preferir ser o desejo, gritado
Beijo a beijo, no arrebatamento alucinado
De voar entre tuas coxas – e assim
Abraçado, alcançar o infinito fim
De em mim ser teu grito celestial libertado.
4 comentários:
:)
onde andas?!
Bonito, este poema de amor cortês!
Parabéns-
Vassalagem a contento...
"A minha casa tem sete portas
Todas abertas de par em par,
Aquelas em que o Sol não entra
É porque estão viradas prò Luar."
E isto não é um elogio ao soneto?
Então, sim é uma vassalagem absoluta e, por sinal, bastante a contento... Convinha que as pessoas aprendem-se a ler antes de começar a escrever: dava jeito e as pessoas entendiam-se melhor!
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