23 DE MAIO
Sabes como é isso,
de quando a gente se vira
Contra a ansiedade
e angústia e desespero
... E luta!
Deve ser-te fácil
pois resististe
Sobreviveste
À tua infância
tanto quanto eu
Que nada sou além
Este produto do
sonho pela verdade, emigração e exílio.
E que faz a dor
ser pequeno insecto
À volta da vela
luz de descobrir sempre
Outro caminho mais
sereno e seguro de queimar as asas,
Ou a simplicidade
dum girassol fixando o rei
De igual para
igual exalando aroma e sementes
Por mais sequiosas
que sinta suas raízes.
Pois bem: é mesmo
assim que se aprende.
Reconhecer é pelo
menos saber;
Duas vezes é mais
importante que uma só experiência,
Como se fôssemos
eu e tu numa curva
Contendo as
lágrimas e obrigando o rio a seguir
U N O entre um de cada
lado
Embora revolto
contra as margens de nossos lábios.
Nunca esqueças
então que no dia em que nasceste
Esta terra fez
anos e celebrou-te
Argila da festa de
esperar-te
E repetir-te
E referir-te
Dia de todo ano
Dia de todo o mês
Dia de todo o dia
Que nem fosse a
alegria de teu nome
A porta que se
abre para a vida
Na festa do
avental secreto das flores
Raparigas celtas
dançando plenas em roda
Na clareira
silvestre da beleza que te sobra.
E escorre e molha
e me lava
E me resta
Do passado banhado
por puro sonho e cresta
A naufragar na
imensidão oceânica de teus olhos.
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