Cagar no campo
Rejubilo quando a minha merda
Cheira intensamente a merda sã
E não a esse tipo de merda vã,
Que de cheiro a merda pouco tem
E nem sequer fumega de manhã.
Se for pecado, que venha a penitência...
Pronto estou a reconhecer a minha falta.
Que no cagar também houve sapiência,
Luta e glória e prestígio e beleza e ordem
Como o atesta qualquer cruzado navegante
Que sobre as vestes a cruz de Malta tem.
É épico. É viril. É patriótico. É pujante
A inspiração da merda que nos faz bem;
É orgulho nacional, é ver o horizonte
A espairecer rés à escovinha do restolho
Resfolgando fumegante como um bisonte
Fazendo pontaria à criação com um só olho.
Mas sobretudo é fímbria lusa, pura
Esta coisa de acocorar para ver Além...
Ter por pólos a aurora da frescura
E orar gemendo num «hhhãããnnn» por mais ninguém!
Sem comentários:
Enviar um comentário