Mudar em mudança
Tudo mudou, amigos...
Já do espanto se renasce
Como Fénix noutras cinzas
Que nas figueiras dobram os figos
E os sinos maduros nos campanários;
Gemem nas noras os alcatruzes
Sangram as árvores no azinhal
E morrem as aves nos calvários.
Tudo mudou, amigos...
Mesmo o bater da bisca lambida
O estacionar detrás da casa,
Que a perdiz se voa ferida
Se denuncia no bater da asa.
Tudo mudou, amigos...
Incluindo a imagem de nós,
Que se temos ou tivermos futuro
Tão-só e somente o devemos
Ao feito derrubado muro
De já não termos egrégios avós!
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