A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras

A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras
São o chão em chamas onde as lavras

terça-feira, abril 20, 2010

Segundo Passo


Se neste incréu ser
Só creio que quero e crio
Quando aos nossos nomes afio
Entre as aparas do saber
Arroteando as ondas do mar gentio...
Então, é a crescer que alivio
Tão-somente a sorte da semente
Por cuja morte se arriscou deitar flor!

Porém, se no chão semeio ou abro reduto
Dito ao céu meu verbo incoerente
Faço o sapiens do habilis astuto
Apago os elos da eriçada flama
Como quem transpõe as Portas do Ocidente,
E atesta seu dardo no fugaz fulgor
Das cores abertas à divindade humana.


Porque ao (pro)pôr-me assim, equacionado labor
Produzo e me reduzo e igualo à solar chama
Como quem se transforma em afecto ou calor
Terno e buscado asilo em que se torna
A jorna, de quem afinal só por amador trai a sepultura
Transformado que foi o obrador em obra pura
Tal como outrora acontecera ao criador
– Pela criatura...



Que eis da palavra em si mesma reflorida
Nasce o gesto que a lusa língua lavra
Na descida do seio ao ventre sulcando se destrava
Em lava própria de sarar a humana ferida!

Sem comentários: