
Se neste incréu ser
Só creio que quero e crio
Quando aos nossos nomes afio
Entre as aparas do saber
Arroteando as ondas do mar gentio...
Então, é a crescer que alivio
Tão-somente a sorte da semente
Por cuja morte se arriscou deitar flor!
Porém, se no chão semeio ou abro reduto
Dito ao céu meu verbo incoerente
Faço o sapiens do habilis astuto
Apago os elos da eriçada flama
Como quem transpõe as Portas do Ocidente,
E atesta seu dardo no fugaz fulgor
Das cores abertas à divindade humana.
Porque ao (pro)pôr-me assim, equacionado labor
Produzo e me reduzo e igualo à solar chama
Como quem se transforma em afecto ou calor
Terno e buscado asilo em que se torna
A jorna, de quem afinal só por amador trai a sepultura
Transformado que foi o obrador em obra pura
Tal como outrora acontecera ao criador
– Pela criatura...

Que eis da palavra em si mesma reflorida
Nasce o gesto que a lusa língua lavra
Na descida do seio ao ventre sulcando se destrava
Em lava própria de sarar a humana ferida!
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