A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras

A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras
São o chão em chamas onde as lavras

sábado, fevereiro 19, 2011

Sonhar é Abraçar-te Recordando Arina

Aberta a rosa da álgebra solta
Silvam aéreos reflexos da alma
Envolta a soletrar os atritos que salta
E aclama, chama acesa que acalma
E acena A Deus, eis Inanna, a maior Mãe
Que é Grande como Grande é seu Amor – também!

Mas se no topo da colina o sol declina
É Arina quem assim aceso e rubro o mantém,
Cujos raios como sedas de Borak sacode a crina
E à desfilada nos faz voar entre o real e o Além,
Casa sua e trono daquela que sendo Deus é mulher
E sendo mulher é irmã, esposa, estrela, rosa, mãe
Do sonho que a si mesma sonha se nos deseja e quer.

E ei-la tecendo agora neste repente o instante
Do abraço entre a realidade e a pura fantasia,
Que sendo Sol é igualmente espelho e amante
Adormecida Lua a iluminar a noite em outro dia
No Templo de Shara celebrado e dito e recriado
Colo de receber a palavra como ente vivo e amado.

Que a ternura é o manto violeta de seda doce e pura
Solfejo de ambrósia no repasto das almas famintas
Adocicadas reservas de aromas silvestres e cordura
Essa a da verdade aliciada das cores com que te pintas
E me destilas no verbo que a conjugar-se se aventura
A sonhar ser próprio amor que em amor único consintas.

Alimento de deuses que A Deus se comete cultivar agora
Outro âmbar de palavras feito produto do tempo e história
Onde o reduto dos homens se entrincheira na memória
Viva, dádiva que se promete e reinventa na vivaz demora
Dos lábios sobre lábios que como língua a língua devora
Dizendo sua meiga magia feita divina para intensa glória
A palavra que é gesto e num gesto a gesta humana aflora.

Arde-me a rosa na alva serenidade de teu olhar vigente
Sobre os andaimes da reminiscência ancestral, contudo
Em cada ramo da árvore do renascido amor há a semente
De quanto somos ainda repetições antigas na fé do mundo:

Arina é outra vez a vez que nasce para contar o destino
Que o ser humano apenas escuta, como qualquer menino
Disposto a alcançar o rosto da alegria suprema na esquina
Daquela cujo olhar a ver as flores na flor me ensina segredos
Rimas iniciais à repetida estrofe, encantos mágicos da flor lida
Que o sonho é igualmente duas mãos de entrelaçados dedos
Sem medo trocado nem fuga aflita perante os possíveis medos
Que escurecem os céus ou encrespam as vagas do mar da vida.

É sonhar de abraço e respirar adormecendo de qualquer amante
Num segredo arrebatado revisitando Arina e apagar todo perigo
Que o mundo se expande se o sonho se inclina e salta ofegante
Ao adormecer no desejo ardente para acordar feliz e vero amigo!

Sem comentários: