A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras

A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras
São o chão em chamas onde as lavras

domingo, agosto 21, 2011

RECUSO


Recuso pensar-te só na madrugada, e ao frio.
Recuso imaginar-te doente, sofrida ou sob depressão.
Recuso abandonar-te no silêncio mudo e ímpio
Quando a chuva selvagem fustiga o saguão.

Recuso a família ardilosa que me diz mal de ti.
Recuso o perfume das rosas nos dias em que te não vi.
Mas recuso. E recuso. E voltarei a recusar, enfim
Sempre que algo me distorça ou te afaste de mim.

Recuso a morte, a saudade, a dor, a ansiedade e o medo.
Recuso a voz que se esconde por detrás daquela máquina cruel;
Recuso a pobreza; recuso a fome, o exílio e o degredo,
Assim como recuso a mentira, a intolerância, o ser-te infiel.

Recuso a cidade, a glória, a fama e tudo quanto encerra em si.
Recuso a riqueza, o poder, a vilania. Tudo recuso: só te não recuso a ti!

1 comentário:

Lúcia Bezerra de Paiva disse...

Mais uma reflexão você traz,para mim,Joaquim,
neste bela poesia, onde aparece, em tudo, um verbo tão forte:o "recusar".É como se nada que estivesse "por fora" da pessoa em questão, tivesse a menor importância e que importante seria, apenas o seu interior. Um ser, nada mais é,que o tem dentro de si. Acho que é isso.
Deve ser assim. Que importa, o que está está à volta?
Uma boa semana!
Um abraço
Lúcia