Opa de Egito
Hoje, precisamente hoje,
Convido-te para dançar.
Na minha casa, fora de lama.
Traz o xaile, bagagem de quem foge
E o corpo pronto pra gritar
O grito de quem por ti clama.
Hoje, precisamente hoje.
Mais ainda: não te esqueças
Que na linda de um o outro se diz,
Sem limites mas sem promessas,
Que a rosa também tem raiz
Além de espinhos, cor, cheiro, forma
Espécie de sonho sem lei nem norma
Entre as pálpebras do guerreiro monge.
Hoje, precisamente, hoje
Convido-te a entrar pela fresta
De onde ser é ser, o corpo festa
Do perto que encarna o longe,
Com as malhas da humana gesta
Do aqui e agora, precisamente hoje...
Mas se vieres, vem como quem foge!
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