A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras

A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras
São o chão em chamas onde as lavras

sábado, janeiro 19, 2008

Prova dos Noves


Tens o holocausto da esperança nessa aliança
De sempre e eterna e frugal noiva comprometida
Posta em desassossego à esquina entre a criança
E a mulher, entre o passado e a fantasia tida
Entre a História e a ficção que há na vida...

Saturno de outra galáxia hipotecas contigo
As luas e anéis de quantos planetas te orbitam,
Para desceres múltipla mas reunida ao abrigo
Do humano direito à felicidade, e nele castigam
Quem também quer ser feliz, sem demais castigo
Que o de ter sido petiz, onde os adultos brigam.

Portanto, é imprescindível que percorras sozinha
O inferno que me queres dar, caminhos, veredas
Que caminhando se fazem na seara, risca miudinha
Sapatos que nos pés não cabem, enfaixados de gueixas
Ledas, de sofridas, vontades que só emparedas
Nas muralhas secretas de loas idas (e endechas).

E em todos os ciclos lunares, porém engravidas
Da alegria de ser apenas mulher, madura, menstruada
Que a vida tampouco quer, jogando contigo às escondidas
Inchando-te o ventre mas de onde nasce nada...

Zero bíblico, ponto abúlico, de cruz tapete de lã
Que quando grita traça calado, o caminho tapado
Obscuras nuvens que ensombram o sol da manhã
Nascido em ventre ao lado, feito luz, mas de vela vã.

Vá, adora o menino... Que de pequenino
Se torce o destino, em fazer-te o fado, o cadinho
De aquecer o chumbo da guerra em ouro marado
Prà talha dourada da capela romana, denominada

Também mesquita, no sol-pôr de Eva, da Era cristã.

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