A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras

A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras
São o chão em chamas onde as lavras

sábado, janeiro 19, 2008

Rojo Requebro em Concierto Madrigal

Placidamente ouço Los Romeros, as castanholas de Angelita
A irreverência feminina que rompe os sonidos das guitarras
Mãe rebelde que não se sujeita sem luta aos acordes clássicos
E a faz parecer mais nova ainda que seus próprios filhos
E voa-me o pensamento no salero flamenco de tuas vestes,
Mas interrogo-me por ti romeira dos meus sonhos ímpares
Dou comigo a reflectir como alguma vez conseguirás ser
Se ser não é nunca por acaso senão o ter sido recuperado
Polido pelas nuvens que nos aspergem a esperança da alma
No digital binário, carregadas da tempestade que nos corre
Intempestivo segredo do sangue vermelho, pétala de rosa
Roja a requerer o querer do requebro e roubar-te até de mim
Sentir ciúmes de mim mesmo quando te possuo pra te soltar
A desprender-me das amarras do sainete, engodo de falcões
Donaire e graciosidade com que me domesticas as noites
Para executar sucumbido voltear à corda no picadeiro dos dias
Como ponteiro que não se cansa de girar sob o centro da mão
O pulso a ondear sentido ao estalar dos dedos, palmas, conchas
De Botticelli que te transportam do mar, sobre espuma na praia
A morrer que ressuscitas em terra fertilizada de renovada vida
Aspergida Terra por triliões de gotas quando sacodes os cabelos
Chuva de teu ventre em teu ventre gerada, gestação do verbo
Que de nove em nove meses volta e solta e requebra até nada
Mandorla do dez no aceso ou apagado dos semáforos do desejo
Halo de teus lábios com que falo preso na gruta do teu beijo.

Missing link insuspeitável que me antecede na sofreguidão
Intemporal da semântica bipolar desfeita em lava perfeita
Luar como espelho que reflecte o fogo das rosas carmins
E me ardo e consumo água do rio nos galácticos confins
Contramina das nascentes, gruta de encantos, teias e lendas
Jota do alfabeto nos pilares do templo onde te venero plena
Adoro como deus expulso do Olimpo por negação da ordem
Arina eleita com saias ciganas a bailar meus quartos crescentes
Caules germinados durante uma renovada Odisseia da luz
Teus olhos de ferir mortalmente a mortalidade das sombras
Trevas do breu do mundo lavado com o vaivém das ondas
Vermelhas das menstruações imaculadas, seivas da concepção
Sede de ser, pulsar constante, ritmo do teu sapateado e requebros
Com que inflamas o lar, palco de todos os madrigais e concertos
Que nos consertam e afinam para o cante da planície, oscilar
Candente ombrear da espiga pela brisa com que respiras e afagas
Enraízas e susténs nas colinas dos teus seios gritados aos céus
Atirados ao sol, generosos e maduros, corrupio de mel e sonho
Espiral que se alarga até evolar-se na unidade e voz dos corpos
Gesto de partir à desfilada nas nebulosas e outras vias lácteas
Caminhos iluminados, leque de auto-estradas na eterna liberdade...

Devolvida do mar e senhora dele, por te amar estou perdido
Que nunca haverá um encontrar, sem antes (me) haver partido!

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