A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras

A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras
São o chão em chamas onde as lavras

quarta-feira, junho 04, 2008

Sala e Antecâmara de Retorno à Alma

Registo-me no espaço terno e morno de dizer teus lábios
Restrito ao respirar contrito com que me miras circunspecta
Os corpos arqueando-se mútuos numa interrogação aflita
O futuro nos olhos brilhando apenas indecisa esperança
O silêncio que as mãos sabem decifrar se as almas falam

Aqui, até as palavras são vãs prontas a perderem-se nos lagos
Onde os rios do amanhã é já ontem desaguam tensos mansos
Refreando a imperpetuação do perpétuo sentido das quedas
A ânsia soliquefeita dos lábios descobrindo a mulher verbo
O suor deslizando pelo vale vertebral até à enseada do dorso
A apropriação da esfíngica sombra quando ser tem luz própria
Diluindo-se submissa na forma que contém o abraço se devolve.

E contudo o apito longínquo da locomotiva lançada à desfilada
De rápido afoito nas linhas do corpo inundadas de sofreguidão
Os ombros a gritar libertação e feitos lava de aspergir o sonho
O queixo emergindo explosivo que nem quilha de quebrar gelo
Nervoso pulsar de espera a abarrotar de expectativa e milagre
Sala feita gesto de recolher-te plena em mim num só beijo
Única ponte ente dos rios que desaguam na mesmíssima foz
Ditos com igual verbo e verbalizados com a mesma voz:
ARinA!! Só tu sabes precipitar-me no abismo e planar no voo
Porque as palavras são saudações entre dois genes originais
Almas que se cruzam e se tocam cansadas de serem sós!

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