A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras

A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras
São o chão em chamas onde as lavras

quinta-feira, julho 03, 2008

Ainda Sabemos Amar Repetidamente


À porta de casa o futuro nos reescreve.
Por isso, soletra-me inteiro, não só universo quebrado
Da boca
Dos olhos
Do sexo
Da fala
Da diferença, mas também o igual âmago
Referente do que entre nós permanece humano
O rosto exíguo na luz do entardecer nas colinas breves
O sol oblíquo ao falado horizonte sustenido das árvores
A pedra, o tronco, o vidro em que me dilacero sílaba a sílaba
Os dedos
Presa fácil na mortífera insistência de dizer-te sede
Água cristalina Helena da minha Tróia nos cavalos do sangue
À desfilada na crista dos medos a sofreguir
Da boca
Dos olhos
Do sexo
Da fala
De teu corpo todo sob as vestes do silêncio
A fronte hitita e alva na rebentação da memória
Ondas de seda no afagar da sede
Sede de sonhos no congeminar da prece
Se apareço pronto a perecer ao teu apreço
Sebe de estrelas na Via Láctea do sorriso
Em que me acoita em infinita coita
Que a gesta se na serena luz se afoita
Torna-se breve instante de urgência preciso
E conciso
Na fala
Na cor
No gesto
Na alva sofreguidão.

Soletra-me inteiro como te soletro plena
Que o corpo só é verdadeiro
Quando no sonho do próprio nome nos acena!

Sem comentários: