A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras

A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras
São o chão em chamas onde as lavras

sexta-feira, julho 18, 2008

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Perdoo-me esta insanidade de sentir-te indomável
Solta sobre o meu corpo na soletração insubmissa
Subjugando-o ao fogo arguto do voo insaciável
Redimensionado no táctil augúrio, dígita premissa;
Que nem fátuo arco-íris entre Vénus e Mercúrio,
No manto azul terreno envolvendo a névoa loa
Mas já nebulosa intemporal adormeço naufragado
Sonhos de corromper o instante tido em si destoa.
Que das ondas sou sempre o outro lado do centúrio
Fustigado, elo e coroa nos corais de mim compartido.
Aí, a seiva que brota em espuma se desfaz no areal
Fui eu a rapariga, enquanto tu o rapaz cavalheiro
Gentil que sulcando em lemes o mar todo e inteiro,
Tremes porém no imo abraço derradeiro mas plural
Ao que explodindo em ti a minha lava de quente bruma
Vulcão assim me (re)tornei homem que em ti se esfuma
E tu, a praia fértil que o (a)mar cava em eterna espiral!

Havia silêncio no pôr do sol, depondo as vestes da ousadia
A resvalada réstia dos ocasos alvorados e nascidos dia a dia
Astro a astro, numa sinfonia infinita compondo o alfabeto
Do mundo a dedilhar arcanjos amputados do grito secreto
No golpe das asas... Asas? Só as que a imaginação nos dá!
Essas sim, que são seguras e verdadeiras de forjar órbitas
Plenas e centrípetas, não ícaras sombras no lado de lá do lá,
A fazer autênticos alqueives e sementeiras de acordar acólitas
Da vida, quais obreiras de produzir o trigo que em nós há...

Pão de searas selvagens os corpos se equilibram e balançam
Incandescentes de bem-querer na vida suspensa dum cordel
Notas de solfejo na paleta colorida das diferenças se abraçam
Na magia simples de arrotear encontros que os peitos cruzam
De eu e tu, tu e eu, do eis à flor da pele, na entrega absoluta
Colhendo sem dor nem luta, das pétalas a cor, e do pólen... o mel!

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