A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras

A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras
São o chão em chamas onde as lavras

terça-feira, agosto 05, 2008

About Roads And Streets

São apenas oito os caminhos da liberdade no acaso do ocaso
Os olhos, as bocas, as línguas, os sexos, os abraços infinitos
Seios de Hipátia em Cirene apedrejada por sentir prazer dizendo-o
Por pregar a autarcia e emancipação de quem a si se conhece
Alfa e ómega das estranhas estradas para (im)possíveis longes.

De resto labirintos, abismos, promontórios, padrões e cruzeiros
Cruzamentos, pelourinhos e rossios de sextas-feiras à meia-noite
Rotundas como becos sem saída nem outro fim além de si mesmas.

Porque só são caminhos os caminhos abertos
Todos aqueles de cujas janelas se avistam campos de papoilas
Na frugal avareza dos olhos silvestres
Das bocas
Dos sexos
Dos abraços apertados
Como nas demais estradas ainda possíveis.

Porque de resto é a morte
É a progesterona
É o nuclear
É a modificação genética
É o suor frio
É o efeito de estufa
É a campânula do smogue
É a birra e o capricho
É o silêncio incomunicável
É o homicídio de um no par
É o rio apodrecido
É a floresta incendiada
É o beco sem saída
É o precipício abismal
É o redil e o curral
Onde chafurda a própria vida
No suíno lodo do quintal
Tão inútil
Como todas as outras coisas inúteis.

E
Inútil é o estares aí e eu aqui e
Inútil é a leitura sem sentido e
Inútil é a sequência mortífera e
Inútil é a gradação decrescente e
Inútil é a estrada fechada e
Inútil é a anáfora rotineira e
Inútil é a hipálage do medo e
Inútil é a dissimilada opressão e
Inútil é a configurada abdicação e
Inútil é a estrada sem destino e
Desconhecer que uma estrada é um corpo
Uma rua que se faz caminho novo ao apagado caminho.

Como a letra, a palavra, a frase que leva até ti
A língua que se curva em redor do teu nome...

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