A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras

A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras
São o chão em chamas onde as lavras

terça-feira, agosto 05, 2008

Ângulos de Soprar as Areias Raras

Enfim, saberás tu Hipátia dos meus secretos hexámerons
Bela sábia lapidada pelos gangs missionários do medo
Como o traidor Sinésio de Cirene me induziu em erro
Me fez crer serem suas as teorias explanadas no recato
No terraço neoplatónico onde trocámos impressões raras
Sensações traduzidas por convertidos (Judas) resignadores
Que sonegaram o prazer do conhecimento de si mesmos
No tranquilo controlo das inquietações se acende o sentido
Significado e sensação únicas vias para a ética até Ítaca
Desde que Thera sucumbiu a Roma me entrego agora a ti.

As uvas ainda não amadureceram mas a sombra das parras
Ilumina de laivos e chispas o jarro de limonada sobre a mesa
Os dois copos que o ladeiam, os teus dedos prestigiadores
Prestes ao dígito clique de acender verbos tácteis atingindo-me
Saliva aglutinada de silvestre e lânguido planger do vidro
Na porta que não tem porta apenas a cortina dança e balança
Sob a brisa de tuas passadas lestas no baile da túnica e tules
Estremecer da cal branca ante gases e linhos nos alvos godés
Conforme a lua se ergue me prende a beijar-te os níveos pés.

Ainda peço tudo demais as horas falhas de azares ou sortes
(A)parto-me delas e sofro mortes quando nelas demoras
Se entanto esqueces milhões sucumbem aflitas consortes
Nortes indiferentes aos lábios da bússola o sexo me escora
Fulminantes as vozes de pedir água plangente cristal na luz
A fonte quase seca de boca em boca se faz renovado alcatruz
Da nora funda imensa roda que nos solicita plena liquidez
Atira fora irrigando doce paz nas veias da senda da humanidade
Quase intento se o instante do momento ganha elasticidade.

E freme no enleado enternecimento dos corpos entrelaçados
Desinquietos se abriram e abrigaram inquietações e cuidados
No terraço perante o mar naufragamos nas ondas convulsas
Que em revulsão nos enredam e atam entre laços e soslaios
De reclusas milenárias em revoltas vestes me despes a pele
E em carne viva da tua carne me fundo e me transformo copo
Cálice seio da clepsidra que nos ângulos topos da areia me sopro!

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