A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras

A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras
São o chão em chamas onde as lavras

quarta-feira, agosto 13, 2008

Sem Ansiedade no Repetido Alento

Que toda a vida é apenas uma palavra líquida
Incluindo a minha, digamos sangue, digamos
Digamos água corrente bebível a sôfregos tragos
Digamos regato que se esconde nas areias quentes e desérticas
Entre os poros da tua pele, subterfúgio de porcelanas
Amanhecidos marfins ante as portas de jade.

Digamos o escoar clepsídrico nos ponteiros da sinonímia
Literatura de sofreguir o momento sob a urgência (geo)métrica
Instante que vaza sobre o cálice do corpo a mágica sede.

Digamos imediatez no abismo estreito do abraço apertado
Lúdica entrega ao acaso descendente do ocaso na planície
Mergulho no outro lado exímia investidura leda no lá do lá
Ritmo animal que pulsa e se contorce na revulsão do ser
Sonho desnudo na boca dos olhos que gritam a saudade.

Digamos salto de corça na clareira das folhas impressas
Gesto, esgar, repente, gargalhada de arrancar ao movediço chão
O pavimento polido e xadrez interior da palavra tudo.

Digamos sílex acutilante, digamos recorte no espaço
Digamos teu nome sem ansiedade mas repetido alento,
Digamos desfraldada vela na crista da onda à proa do vento
Digamos murmúrio de dizer beijando o beijo em teu regaço.

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