SAUDADE
Creio que ainda és todas as palavras por proferir,
Metáforas selvagens esquecidas no ocaso da bruma.
As imagens murmuradas de salivar a noite consentida.
Os poemas perdidos nos teus cabelos de searas a serpentear.
Os gestos soltos decididos de quem sabe o que é querer.
As colinas dos seios a eclodir maduras na planície do peito.
O sorriso de espiga silvestre a baloiçar primaveras.
Os dedos imperiosos de medir infinitos na sofreguidão dos corpos.
As colunas das pernas sustentando o átrio do templo da vida
Em que ajoelhado me deponho num beijo de sonho e semente
E me ergo na rebentação de todos os desejos por dizer.
Se partes sempre como outra onda esquecendo a espuma
Dos dias em que olhos nos olhos nos dissemos de frente,
Sob o vaivém semanal das andorinhas que se tornam gente,
Sombras negras de cantar o romance em qualquer tuna.
E para trás fico eu a procurar-te na distância cruel.
A pedir a Deus que abrevie esta elipse de marcar a quente
Que faz de cada hora uma obreira abelha diligente
A encher os cálices minutos de meu ser em favo de fel...
A gritar protestos mudos e parados no desespero da colmeia;
O meu quarto feito inferno que só tua ausência incendeia.
Creio que ainda és todas as palavras por proferir,
Metáforas selvagens esquecidas no ocaso da bruma.
As imagens murmuradas de salivar a noite consentida.
Os poemas perdidos nos teus cabelos de searas a serpentear.
Os gestos soltos decididos de quem sabe o que é querer.
As colinas dos seios a eclodir maduras na planície do peito.
O sorriso de espiga silvestre a baloiçar primaveras.
Os dedos imperiosos de medir infinitos na sofreguidão dos corpos.
As colunas das pernas sustentando o átrio do templo da vida
Em que ajoelhado me deponho num beijo de sonho e semente
E me ergo na rebentação de todos os desejos por dizer.
Se partes sempre como outra onda esquecendo a espuma
Dos dias em que olhos nos olhos nos dissemos de frente,
Sob o vaivém semanal das andorinhas que se tornam gente,
Sombras negras de cantar o romance em qualquer tuna.
E para trás fico eu a procurar-te na distância cruel.
A pedir a Deus que abrevie esta elipse de marcar a quente
Que faz de cada hora uma obreira abelha diligente
A encher os cálices minutos de meu ser em favo de fel...
A gritar protestos mudos e parados no desespero da colmeia;
O meu quarto feito inferno que só tua ausência incendeia.
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