NÃO
AOS JAMAIS!
“Um
não desfaz no carinho de quem a gente gosta, só por causa que os estranhos
estando vendo.”
In JOÃO
GUIMARÃES ROSA, Dão-Lalalão (O Devente)
A sombra
é escassa no verde tanto
Que a
seara se abraça à esperança
Diluindo
seu grito calado num manto;
E ali
mesmo, sob o céu singelo, alcança
Os poréns
do voo que toda a terra quer.
Podia escolher
qualquer nome, exigir
Do mundo
e homens todos os direitos,
Fazer de
seus ramos vis e nunca florir,
Vingar-se
da solidão e demais efeitos
Que à
planície são atreitos e normais.
Mas
prefere vestir-se e dançar no vento,
Dominar
os altos cimos e profundezas,
Pôr os
braços à volta da magia do tempo
E beijar
a seiva de nossas vãs certezas.
Ou até,
ninguém pode duvidar sequer!,
Esculpir
as vozes primeiras, ancestrais
No marulhar
das folhas como uma mulher
Se penteia,
tirando do futuro os «jamais!»


+(2),+a+for%C3%A7a+n%C3%A3o+%C3%A9+tudo.jpg)


Sem comentários:
Enviar um comentário