A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras

A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras
São o chão em chamas onde as lavras

quinta-feira, setembro 27, 2007

Lançamento germinal


Vê. É o Verão saudoso da Primavera,
Um Outono de "ainda não"
Enleado na teia dos (a)braços da quimera;
Na invenção da sinestesia salutar
Caos dessa sinfonia de cor sobre a terra
Ocupando os (es)pa(ç)ssos de amar.


É uma forma oval e morena.
É um odor a Algarve serrano.
É um ritmo de esteva no desengano
Do vento que agita a silhueta pequena
Da gestora em fim de curso (e ano).


E sobre ela a névoa descai
Da incerteza no futuro presente.
Tremem-lhe as folhas onde a brisa vai
Derrubar ao chão a sua semente.
Gota de orvalho que mareja os olhos
Irriga as faces com a água dos sonhos.


Abraço teu rosto, meto-o peito adentro
Para te guardar, na certeza de quem gosto
Há-de ser semente a germinar
Num celeiro em que só eu entro!


Quero-me chão de pousio inocente
Onde nunca avele pelo frio
Nem lhe queime o estio
Teu jeito simples de lutar – e ser gente.
Sustenido verbo a soletrar mansinho
O patrício cicio que sustenta meu ninho.


Meu ínfimo lar, pensamento rimado
De poeta sem ânsia de muito ser
A não ser este desejo de dentro de si ter
Teu ser em mim, no coração marcado.
Para te poder rever
Sempre que saudades tiver
De quem por mais desejei ser desejado.


Janela virada para o sul da brisa calma
Por onde entrará a certeza esperança,
Que ser adulto é abrir, e entregar a alma
À capacidade de amar que nem criança!

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