A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras

A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras
São o chão em chamas onde as lavras

sábado, outubro 27, 2007

O Argonauta do Sonho


Que ninguém pergunte quem sou eu
Nem como se chama aquilo que me anima,
Que sou apenas mais um marinheiro do céu
Que é o nosso mar de cima.


Ponto de rima na liça lida
Do amanhã de manhã,
Na manhã do amanhã
Moeda de troca perdida,
Perdição de não ser hoje
Que é quase de repente vida
Quanto mais de repente nos foge.


E se cedo cedi à sede de seda ser ao nu
Em teu desejo de seiva viva, alva e sã
Caminho côdea de cuidar o corpo cru,
Foi porque na roca fiei as nuvens de lã
Os novelos de enleio entre o mim e o tu,
Porquanto do sinal sugerido na sina leda
Cada estrela é por assim uma vereda
Diamante de brilho no lusco-manto violeta e malva
A ditar o sonho como única luz que deveras salva.


Que o saber é pois pura e realmente isso
Um cintilar do sentido sentir, um almejo
A incendiar a palha seca, o frágil chamiço
No fogo de ver-te, mesmo quando te não vejo!

Sem comentários: