A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras

A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras
São o chão em chamas onde as lavras

terça-feira, agosto 19, 2008

Sela e Arção, Rédeas de Artemisa Hipátia

Do Olimpo Lis Hartel saúda os duplos peitos medalhados
Par de seios ao puro laço de olhar infinito a eterna moradia
Vivenda dos vivendis modus que habitam hábitos divinos
Dinamarca dos meus reinos onde cavalgas adestramento
Moldas o destino fazendo-o cepilho de teu meigo ventre
Domesticas sob tuas coxas o selvático alento e fértil fulgor
Diriges com estalos de língua e rédeas de harmonia o silêncio
Comandas o verbo à solta pelos ângulos da ternura sem freio.

Espero-te à sombra da expiração profunda de meus versos
Haverá sempre saudade nas esquinas da cidade desabitada
Sempre síncopes de soluços entrecortados sinais de morse
Entre as almas simples esperar não é assim tão desastroso
Apenas fere a dolosa ausência matiza as tardes cor de fogo
Incendeia de ânsia pelo reencontro na reconhecida voz o til
Pois só tu
saras o silêncio que há nas vírgulas das estrofes
E agora sei da semana concreta da minha morte o tamanho
Exacto choro medida do meu doer no delta aberto dos olhos
Ansiedade liquefeita aço de minutos redondos e perfurantes
Brocas pontiagudas como espinhos no diadema dos sonhos
Croquis de intenção no esboço da cultura em areal deserto
Espuma desmaiada sobre quem navega a concha da memória
Teu batel cimeiro no comando das tempestades do mar chão
Se outras leis geradoras de alternidade se quedam caquécticas
Sonegam a autarcia responsável e autêntica porque têm medo
E tal como a sequestrada de Poitiers que vivia num chiqueiro
Pocilga de convencimento e violação pelos nazistas celebrada
Implorou em prece prostrada aos Aliados que lhe não roubassem
A sua linda casinha lodeiro corporativista de afirmação suína,
Assim essa chicória de répteis das muralhas de outras eras são
Assim são as osgas perto da luz para caçar os insectos incautos.


Mas o Pégaso branco de Aras voa agora em Berlim sobre as areias
Altares fixos como rectângulos de pedra e lousa no imo do lar
Sela-as de ternura a grinalda cilha aí contigo nas asas do voo
E galopo o sonho no coração em trote que em valsas se demora
Piafés, deléveis empinos, ladeados, passages no adaptado jumping
"Vernissage" em cabriolas de quem muito a si mesma se sonhou!

2 comentários:

sergio disse...

Lindo Poema!
Mas o são Piafés?
Não encontrei em nenhum dicionário.

Sérgio Ferreira

Joaquim Maria Castanho disse...

Movimento que o cavalo faz, batendo com as mãos e os pés no chão, mas sem avançar, balançando (ou gingando) numa espécie de marcar passo