A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras

A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras
São o chão em chamas onde as lavras

quarta-feira, setembro 17, 2008

Brados nos bosques do templo

Feitas que foram as preces ao inumano divino da acerbada fé
Sucumbiu este aos impropérios designos do predador cabal
E o que era rasgo sublime no real violento crime se tornou Sé
Embora que na malícia doce dos coros das virgens da pia moral
Viessem vis cisnes acicatar devaneios em satã seu senhor feudal.

Consumaram-se sacrifícios e executaram oferendas libidinosas
Sob a pira resta agora a infiltrar-se no chão aquele fio de sangue
Por arder o vermelho vivo coagulado intocável das forças ciosas
Como profana gargalhada de desmentir a morte dura ou langue
Consternada oposição a contestar pelo profundo idioma do ser
Que arreigada condição teceu gritada cor num vestígio de viver.

E esta linha se avolumou só por seu próprio modo a borbulhar
Erguida de si mesma fermento levedado querendo-se alimento
E alimentando-se do seu querer apenas fé de sobrevivo alento
Ousada semente de génio que ao gene nunca permite naufragar
Que sobre a história nasce a memória mas dela não haverá fala
Se àquilo onde se cala por contraditória não sobrevier o imaginar.

Nesse cimento com que a conjectura rendilha qualquer momento
Enreda a solto quanto ata os factos na rede de acontecida malha
Entretecendo o destino de pontos avulsos onde até a sina falha
Sendo ela acontecida acontecimento e calha de seu próprio tento
Que ao tentar-se intentou fazer-se em si e ao seu mesmo tempo.

Confluência entre querer e acção sem destrinça é apenas facto
Que ser humano de nascida condição só se o é quando for acto
Forma que enforma reformando o ser conforme quanto se quer
Alinhavo entretecido entre quereres num esclarecido propósito
Tão complexo que pouco se basta desde que somente depósito
Do quanto lhe adveio herdado dum homem mais duma mulher!

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