A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras

A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras
São o chão em chamas onde as lavras

sexta-feira, janeiro 27, 2012

DA PRESUNÇÃO DA VELA ACESA

Por mais longe que chegue o apêndice mucal
Nas assoadelas de quem muito se afirma e diz,
O mundo não é nenhum vergel ou culto quintal
Que lhe acabe na iluminada ponta de seu nariz...

Há bastante mais vida para além da de cada qual
Que se insurge como medida da pureza e matriz
Dos costumes ou simplesmente do bem e do mal
Que estruma os preconceitos com que se faz juiz.

Juiz dos outros se se lhe comparando acha superior,
Como se nele se albergasse toda a verdade infinita
Em imaculado pecúlio de nobre e galhardo valor

Cuja lei é ditame mesmo sendo baboseira inaudita,
Bobagem egoísta ou vil desmando de feudal senhor
Que vê razão no mesquinho arrufo em que acredita!

2 comentários:

Unknown disse...

Olá Amigo! Passei por aqui para conhecer e gostei muito. Não sou especialista em poesias, mas gosto de apreciá-las e buscar entendimento dos mistérios dos pensamentos nelas. Agradeço o seu apoio ao meu blog. Um grande abraço e volta e meia estarei por aqui.
Para você com carinho:
" Me apoio no apoio que me dedica
Caminho na esperança da troca sã
Sonho no dia em que nada se implica
Das construções dos corações que vagueiam no divã".

Joaquim Maria Castanho disse...

Obrigado, minha amiga Valéria, pela visita, pelas futuras visitas, como pelo comentário e apreço que revela sobre a minha (esforçada) poesia, em que aliás, ninguém honesto consigo mesmo e sem truques de sofistas, poderá afirmar ser especialista. É uma arte maior, se calhar a primeira que a humanidade conheceu, que lhe adveio da sua propensão para o sonho e devaneio, cuja primordial essência consiste exatamente em esgueirar-se, escapar a qualquer definição e espartilho de especialidade. A sua qualidade técnica é observável, analisável, transmissível, mas como vai sempre muito para além da técnica, infiltrando-se na alma de cada um, quer de quem a faz, como de quem a ouve ou lê, inundando ambos os universos com seus fluídos de inegável feitiço, deixa-nos à nora logo que pretendemos domesticá-la para proveito próprio… Meu caminho em seu caminho encontrará a esperança que apenas as trocas sãs nos facultam, minha amiga; e neles haverá sempre um regozijo maior, se nos cruzarmos com frequência, para paulatinamente desabafarmos quanto nos vai na alma, ora em errância peregrina, ora no remanso confessável dos rios, das leituras, das imagens, do repouso e inquietações nas descobertas do divã. Bem-vinda, minha preciosa amiga 