DA
PERMANÊNCIA DO INSTANTE
Só nas
vésperas do segundo, o dia se faz instante.
Porém,
no caminho colhe aqui e acolá décimos de cor
Com
que possa refazer a saudade no breu cessante
Dormente,
e siar nos sonhos com asas de condor.
Não
leva mais nada na bagagem, senão a cortante
Aragem
dum frio que promete. Ei-lo assim, ante a dor
De
descrer em mim, este humano, simples figurante
De
coreografia, cujo espetáculo não tem dura de valor…
Os
olhos, me sobreviveram para além daquilo visto
Incapazes
contudo, de reter o colorido do céu em si
Nem
da memória outro arquivo mais justo me registo.
Mas
soube a voz que ecoa sobre tudo quanto eu vi
Dizer-me
que ser é um cógito (vejo-te logo existo)
Pelo qual
nunca me separo – nunca me separo de ti!
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