A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras

A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras
São o chão em chamas onde as lavras

quarta-feira, novembro 28, 2007

Farol de Vermelho Incandescente

"Rosa, oh contradição pura! Prazer de sermos
O sonho de ninguém entre tantas pálpebras."

Rainer Maria Rilke


Viver é sonhar-te os olhos em mim,
No fogo de soletrar-te poro a poro.
Porque nasce desse beijo sem fim
A ternura, em que me dou e devoro.


Quando partes, se me parte o ser
E daquilo que era só metade me fica,
Mas sendo metade é dobrado o doer
Que no amor, o dividir multiplica.


Fogo Amigo

Se quiseres, o meu poema pode arder...
Pode eclodir dele o vulcão de lava pura,
E ser aquela gota, rubi de brasa a tecer
A luz que desbrava a alma, quando escura.


O Riso de Arlequim


Loucura é como estar presente
Quando nada mais nos consente
E assim, de repente, voamos
Para lá do lá em que estamos.

Loucura é estar aqui e saber
Quebrar a rotina que recomeça
Quando à ânsia de ainda viver
Nos equilibramos na voz que tropeça.

E faz com que a mão
Seja parte entre sim e não,
Entre não e sim,
Sobre o rio sem fim
Fogo de líquida intenção
Cruzando os limites de mim
Assim, no cuidado da confissão
De fingir sentir o que deveras sinta.

Opala de várias cores, mágica cera
Molde dos dedos borrados de tinta,
Bochechas lambuzadas, farripas na testa
Com o mundo a pregar-nos a finta
Dos Outonos que são Primavera
Lengalenga da Serra no "era não-era"
Do era uma vez uma festa

De festejo sorriso que em ti se apresta!

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