A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras

A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras
São o chão em chamas onde as lavras

domingo, abril 27, 2008

A Metáfora Tudo

A metáfora tudo transforma em poesia
Como se fora serena plástica a respiração
Sulcando o peito, cronómetro de qualquer dia
Gesto de suprimir as réstias da solidão;
O entrançado querer dos corpos selvagens
Disciplinada ousadia de ser entre as margens
A ambiguidade rosácea e terna, encruzilhadas
Cristalinos significados que se libertam contigo
Desnudos sóis, claves deste solfejo, esquinadas
Sombras atravessando as travessas do desejo,
Palavras trincheiras, falas de escorar doce abrigo...

Tento habitar o hábito dos rostos
Tento enunciar-lhe um caminho:
Quem sabe a serena voz que inquieta?
Que bagagem levar além das esquinas?
Tento habituar-me à tua transfiguração.
Diária é a metamorfose do permanecer
A teus pés escravo e sacerdote sou.
Pedes a boca e não a espiga?
Pedes a palavra e não o pão?
Escorre, pelos ombros procura os dedos
Penteia as mãos como se fossem sangue
Rasgos de cal branca em tua alva derme.

Eis tudo o que te encerra e profere
Gruta nos penhascos da serra habitável
Moradia a que não resisto de olhar
Ler do silêncio a expressão do grito
As arcadas que se vincam pra duvidar
Lavram o riso na surpresa de existir
Crua flor na segunda pessoa do singular.

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