Alvos Reflexos da Alma Secreta
Só quando o silêncio da verdade, arde
É como pátria do corpo na língua amena
E serena a boca com que nos falamos;
Só quando teus olhos ternos aplacam
Apaziguam as tempestades da fria luz,
Esculpem a sombra do grito na espera da tarde;
Só quando nos dizemos ao de mansinho
Consumada é a passagem entre as folhas e ninho
Do cuidado das árvores na lida paisagem;
Só quando a descoberta da flor do outro em nós
No espelho que se não quebra, a decidida imagem
Será então a infinita certeza, de quando a sós
Não se apagarão nunca os dedos
Nos amuados degredos da voz.
Só quando tu queres
Sob o vermelho e o preto
És pétala de todas as mulheres,
Aquela que me acerta perto
Na raiz digital do grito secreto.
Porque só quando tu queres
Me quero cruzado do querer,
A crer que quanto disseres
É único espelho que reflecte o viver!
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