A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras

A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras
São o chão em chamas onde as lavras

sábado, maio 31, 2008

Socar a Ânsia Retira Algemas

O vazio de uma floresta sem pássaros,
O restolho gretado sob o sol acutilante,
O esquisso do horizonte violeta e rosa,
O silêncio gritante dos sobreiros solitários
Estendal dos panos templários da prosa

E mais que isso, na penumbra do rés-do-chão
A linha de teus gestos que se desprendem
Pouco a pouco, tudo nada, cabelos desalinhados
Que estendem o sonho dos olhos escorrentes
Na lágrima sobre a alvura da face coitados
Os braços esticados na procura do tronco
Elástico, elegante, ágil, felino de ter-te urgente
Verbo preso na caixa da boca, túmido
Socalco da sílaba no crescente desejo
A tua liquidez desmaiada no ocaso
A estrela da alma prestes a rebentar em luz
Lá no alto onde apenas se chega por ânsia
Esmagamento absoluto de perpetuar-te em mim
– AaaSSSSSiiiiiiMMMM!!!!, meu Deus – até as veias romperem
Gretarem a frase pelos complementos directos
Direitos ao verbo eclodir a esgarrar a casca
Pô-la porta aberta a soltar os sons insurrectos
De teu grito ledo de estilhaçar o medo!

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