Subterrâneos Acessos Rigorosamente Acesos
O meu jogo é de lantejoulas, palavras subsarianas
Cintilantes, desérticas, vítreos grânulos dos areais
Caracolinhos de cabelo na madrepérola, botão de camisa…
O meu jogo não respira as leis de novos evangelhos
Porque se afia no esmeril da esperança ao desenhar-te
O gesto equino com que irrompes na noite das noites
Partes à desfilada nas asas selvagens do louco desejo.
Jogo que é mesmo jogo entre o jogo e as suas regras
Ao proferir-te verbo de conjugar o aceso rigor da brisa
Pomo de eclosão ao arrancar-te a luz para dispersar-me
Estilhaçado, distribuir-me por todos os cantos universais
Pedacinho de vidro bailando a tinir no espanta-espíritos
Por detrás da porta, ao cimo das escadas, socalco à solta
Solta e livre nos soslaios que cambaleiam em vésperas
A lágrima euclase do lusco-fusco na esmeralda dourada.
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