A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras

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São o chão em chamas onde as lavras

terça-feira, agosto 17, 2010

da benção de Inanna ao templo de Shara


É conhecido que de Eridu a Hadyi Mohammed e deste a El Obeid
Sempre minha família serviu os seus soberanos com dedicação
E todos os mancebos dela com seus escravos foram com Gilgamesh
Acompanham e pelejam agora a seu lado contra Agga de Kish
Sucessor de Emmebaragesi, porém sem a sua estirpe guerreira,
E faz hoje sete dias depois do sacrifício do grande touro a Inanna
Cujos adventos e profecias foram favoráveis à família e empresa
Pelo que Uruk conhecerá a glória vitoriosa em quarto crescente
Conforme vaticinou A deusa, à Lua apraz e Arina ordena ser
Que nada existe no mundo sem seu querer e parecer pois d'Ele é
Seu também somos que A Deus é a soberana dos soberanos até
Que o mundo nunca terá fim se o seu louvor houver em mim
E em vós seus misteres como houve em minhas irmãs e sobrinhas
A quem A deusa abençoou-o durante o sacrifício doneando-as
E hoje são iniciadas sacerdotisas capazes ao prazer da maternidade
Se comungarem juntamente com seus guebros o Sol de Arina
E maior mérito não há pra família nenhuma se livre em Seu culto
Como na minha houve e nela tem a glória seu canto por Inanna
Que consta ter repetido o nome do escriba em Nippur oito vezes
Durante os ritos sagrados e todos menearam as cabeças anuindo
De tão conhecido ser e bem-visto na assembleia e as sacerdotisas
Sobretudo pelas eleitas a oficiarem no Templo de Shara o mister
Que são três entre as mais formosas e aprovadas na iniciação tida
A quem minhas tábuas muito ajudaram e agora repetem os hinos
Todos os dias sem engano ou falsidade para agrado de Inanna
E Arina que são exigentes ao rigor da palavra na entoada devoção
E clareza na metáfora que à Luz proclama sua bem-aventurança
Que única é perante a eternidade além de tecer a harmonia do lar
Casa do corpo e alma da voz porque também a si deve significado.

E nelas está escrito que um dia de glória se celebrará da volta sã
Por cada mancebo sob o comando de Gilgamesh verti o sangue
Bebido foi do touro em cálices de prata pelas virgens iniciadas
Lindas que estavam em seus mantos de seda e tules ondulantes
Braceletes com pedrarias e colares e contas preciosas e diadema
Prontas a receber os brios enlanguescidos dos jovens sedutores
Professos cada um em seu ofício de servir com dedicado esmero.

Essa é a certeza que A deusa nos conta sobre a vontade de Arina
Porque dita oito vezes se torna inegável de aprendizas a oficiais
E os homens de quantas léguas em redor houver jamais contestarão
Pois além de temerem os ditames de A Deus também A querem
E crêem que só assim será cumprida sua prece quando lhes couber
Os desígnios e vaticínios invocados em seu favor por sacrifício
Quando iluminado que forem os seus caminhos possam cumpri-los
Por mérito e sem despeito ou contra-canto seja com que lira for.

1 comentário:

Mônica - Sacerdotisa da Deusa disse...

Salve amigo!
Que leitura boa.
Bênçãos de Inanna e um lindo dia pra ti.

Flores e Luz.