do culto épico e seus desígnios
Bem mais de mil anos cada qual engendrou os destinos de Uruk
Conforme as benesses de Arina primeira ternura do universo
A Deus que aquece a natureza e a torna alma de toda a eternidade
Porém nenhum teve fama e glória e nobreza par a Gilgamesh
Unificador de Kish e Uruk sob a tutela dos Três Templos Maiores
Que trouxe prà cidade as tradições e templos da Nippur conquistada
E do Templo a Shara me fez escriba vitalício devoto a sua mestra
Senhora das damas dignatárias que tecem e entretecem a Ordem
E a divulgam e ministram às aprendizas e iniciadas como ela fora
E aspiram ao poder dos números e veiculam esse mesmo poder
A seus filhos predestinados ensinam pois a verdade sincera deles
A dizê-la e a defendê-la por base no cálculo e código alfanumérico
Verdade preferida entre eles devotos inegáveis e incondescendentes
Que negam e abominam as dívidas como também toda a mentira
Porque ninguém aceita viver na falsidade nem A Deus o consentiria
Sequer saberemos como isso será algumas vez que ninguém o tentou
Ou sobreviveu a tal mundo e ficou vivo e são para poder contá-lo
Descrevê-lo a pormenor e detalhe verosímil sem a doença da loucura
Sem o descrédito de seu juízo o ter feito indigno dos ouvidos livres
Dos atentos e sensatos meneios dos velhos e curiosidade das crianças
Que eles são os olhos e ouvidos e boca e odor e toque da inocência
Transparentes e cristalinos como o Eufrates na hora de correr lesto
Como quando o Tigre se espraia viril na terra plana de suas margens.
Que a História do nosso povo é narrada em poemas e pedras votivas
Que o desejo épico mais que fé se faz querer que é palavra e acto
Todo um em si mesmo como o dignitário investido de sua função
Que tão digno é ele dela como ela o é dele não havendo destrinça
Como o signo é o significado igualmente visto um se vê logo o outro
E a natureza é A Deus como Arina é a natureza que Uma na Outra é
Assim caminha o escriba com sua arte que sem ela ele nunca seria ele.
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