Febril Brecha na Alma
Escuta esta ausência que fereMeu grito escrito no cuneiforme desolado
Magoado lamento de quem te prefere
Mais que ao ter, ser que quer
Ser se este for estar – do teu lado.
Subtrai, aprisiona, pisa, dói, manieta
Incendeia e crepita noutra pepita da Lua-Meia,
Que muito além do que é comum e vulgar
Anda hoje a crescer de nuvem em nuvem
Assim, como quem no luar toda se enleia
Na teia solta e rebelde do teu cabelo cor de aveia
Madura, espiga na brisa de margem a margem
Ondulante até na areia dos dias apenas restar
Essa espuma de estrelas a sorrir e a brilhar
Ante o suspiro esvaído da fria aragem
Da distância, abismo brunido da minha ânsia...
Porque a dor polida pela saudade sentidaTanto pode no doer como qualquer adaga afiada,
Que a vida no gume de uma corda estendida
Esticada, sobre o abismo do ser é a única medida
De aferir a brecha na alma partida – ao ser quebrada!
Por essa linha fora, nesse registo
Por essa linha imaginada, plana e plena
Com cinco dedos que o Noddy ergue ao céu e saúda
Tal como há espinhos que dão flor
Era uma vez um escriba escolhido por Inanna no seu coração sagrado
Se no banquete em honra de Enki Inanna lhe usurpou poderes divinos
Uruk a cidade das deusas e residência das rainhas protegidas e fiéis de Arina
Assim o querem e acatam os escribas na Eduba entre o Templo alto de Inanna Entre Templo alto de Inanna e o Templo baixo de Shara é a casa das tabuinhas
Se gasta em Tebas com a morte seis vezes mais do que à vida faz falta
Se os pequenos dilúvios de Abril e Maio fertilizam os vales do crescente
E eis que assim respondeu Mestra de Inanna ao pedido de Mestra de Shara

Eis por que eis o porquê do laço nos une sobre a cruz do peito as mãos juntas
Com o destino traçado pelas vinte estrelas de Tique me disse Dice
Quando a Lua cheia de teu nome transforma o sonho em vida real o rio
Estrela Inanna ladeia teu sucumbir perante a luz de Arina se amanhece
Sua cor aos quatro cantos do mundo pois o canto é luz de quem acredita.
O crescente é fértil porque os campos estão alagados entre colunas
Treze são os turnos de culto daquela que os escribas veneram de noite
Essa é a trindade celebrada quando as mãos se juntam sobre o peito.
Pelas margens do Eufrates acima a prosperidade floresce e reina
É conhecido que de Eridu a Hadyi Mohammed e deste a El Obeid
E nelas está escrito que um dia de glória se celebrará da volta sã
Essa é a certeza que A deusa nos conta sobre a vontade de Arina
Nesta Lua Nova, sexta-feira, dia treze do oitavo mês
Mas esta esquina é a mais frequentada da cidade desde cedo
Foi a principal prova do poder e gratidão de A Deus entre nós
"O persa – tão zeloso em rejeitar
Divindade do fogo, cor da energia tomada em seu supremo ser
Conta-me, que não renego meu ser guebro no seio e luz dos parsis!