1+1=2 e Sem Equívoco
Aquilo que os demais nem tentaram
Nós vamos conseguir, sim, conseguir
Unicamente com nossas mãos, dadas
O amanhã a brilhar no filtro do olhar
Os lábios tocando-se breves nas palavras
Soltas e livres, aves selvagens oceânicas.
Eu pressinto que é difícil desdizer algo
A réplica reside em libertarmos o medo
Em usufruir o desejo cósmico, explodido
Em gritar o Big Bang no pulsar do peito
Destruir a resistência interior à novidade
À diferente forma rebelde de segredar a vida
Cantar das gaivotas e sua alucinada visão do mar.
Elas sabem tanta coisa que jamais veremos
Tanta onda a fluir para a espuma da praia
Tanto sonho a morrer no areal, solidão sólida
Em costumes ultrajantes ao ser, à magia do coração
Condimentos de cimentar atitudes, sentimentos
Emoções, credos, necessidades de carinho e prazer.
Mas quando te procuro invento-te, real, premente
Asterisco, beijo devoto em teu misterioso ventre
E, sucumbido, desmaio ao penetrar-te urgente
De sermos dois, e em cada um o outro – para sempre!
Que essa contra natura da unidade, do um mais um
Igual a um, da conta que erra e está também errada
Não é Europa, não é diálogo, não é novo, não é nada...
É o medo e o ódio a decretar outro vil ultimatum
A amordaçar o "eu quero" com o sim de ficar calada.
Que ser dois na soma de tu e eu, amigos de eu e tu
É selar na Terra o terreno e leal e fiel amor intento
Despi-la dos castelos negros que houver no céu cru
Torná-la celeste e pura, estrela de ternura ou casamento!
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