Até Ruir A Sede
Daqueles três pardais
Que comem as migalhas
Do teu sacudir de toalha,
Um há, a quem jamais
Perdoarei as igualhas
Da parte que na tarde lhe calha...
É um pior que todos, assim
Mais trigueiro no trajar,
Mais lampeiro no banquete;
Que está sempre a olhar
E faz tão pouco de mim
Que cantado vai pousar,
Na cadeira do bibliotecar
Como em qualquer ramalhete.
Dá-me ganas de o esganar...
Tirar-lhe a vida com ferrete,
Meter-lhe as tripas ao ar,
Chamar-lhe tão-só diabrete.
Sei que é grande canalha
E muito maior respondão;
É rara a tarde em que falha
Na espera de uma migalha
Do teu sorriso de pão...
Atrevido, arma confusão,
Nada está bem para ele,
Nada é brilho de ouro e mel
Como se a razão fosse só dele.
E até bloga que nem um cão
De sujo pêlo e tinha na pele.
Portanto, não estranhes o dia
Em que eu perder a calma
E lhe atirar com aquela fatia
Mais podre da minha alma!
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