A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras

A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras
São o chão em chamas onde as lavras

terça-feira, fevereiro 26, 2008

Soslaio Antigo de Reinventar Afectos

Perdoa-me, se te olho
Como quem não te quer ver...
É que se a vida me escolhe, eu escolho
A melhor parte dela, e do acontecer!

Porque aconteces, não só se quero ver-te...
Que vejo-te mesmo quando não és real,
Quando não estás em frente de mim,
Pois habitas o reino sem bem nem mal
Apagando, contudo, o assim-assim
Que há no medo perder-te, enfim.

Perdoa-me esta rasura
Que o acaso, de simples, entreteceu.
É que os dias perdem a candura
Se te não vir, terna, pequena mas segura
Cativando o cativo que era já teu.

E perdoa-me também, se puderes
Este fingido desdém, este arrogante jeito
De dizer-te, que entre as mulheres,
És a única que me habita no peito.

Fraca morada, por sinal...
Aquela que não serve para ninguém.
Onde querendo, até com o mal
De refilar, de discutir, de ferver plural
Se podem caiar sem fingir, as paredes do bem.

Grafitá-las com imagens e arabescos.
Com fotografias, livros e jornais.
Com gritos e poemas simiescos
E grades e cordas digitais,
Pinturas, legendas, frescos
De aprisionar quem delas não quer sair – jamais!

Que as janelas de ver e ouvir
São as mesmas daquelas, que ao partir
Regressas sempre colorindo nelas
Novas cores, de restaurar, antigos vitrais!

Sem comentários: