A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras

A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras
São o chão em chamas onde as lavras

terça-feira, junho 29, 2010

Décimo Sexto Cálice


Tenho também seis rosas num quadro
Pintado pla mão divina ao alto erguida
De Arina revista no alfabeto soletrado
Da vida, como menina tão-só esculpida
No marfim dos teus gesto de lírio fugaz
Que por sorrir me apagas maior martírio
Me inspiras, absolves e anulas o delírio
Murmurando ordenada e tranquila paz.

Cada tem dez folhas verdes serrilhadas
Escondendo espinhos, afiado esmeril
E outras tantas emotivas pinceladas
Nas pétalas raiadas de luz primaveril
Convertida toda essa em tons estivais
Amadurecendo a promessa esperança
Nos chilreios e corridas de criança
Plos recreios de travessa ou colegiais.


Suposto é terem ainda uma fita de seda
A segurá-las e até aquela cesta de verga
Dando ao conjunto equilibrada e leda
Ordem, que ao ampará-las, também as erga
Como grito de cor no silêncio dos dias
Que assim nos conceda imenso regozijo
Combatendo o stress, ajeitando o juízo
No consenso das devolvidas alegrias.


Uma fita lilás, larga pétala de violeta
Entrançando o que demais és capaz
Com aquilo que somente eu te prometa
Na leitura irrequieta como pertinaz
Dos sinais que as estrelas vão ditando
Se audaz cometa cruza nosso momento
Propondo por condição o consentimento
De apanhá-los à mão, ardendo – e calando!

2 comentários:

Unknown disse...

Nesta sociedade de esferovite, em que as pessoas insistem em pesar-se nas balanças dos selos de correio, preocupadas com uma elegância que é apenas exterior, ainda vamos encontrando mentes livres de correntes de ar, capazes de produzir beleza e sensibilidade, sem perder de vista as raízes do concreto, aprofundado na demonstração do saber pensar.
Bem hajas!

Joaquim Maria Castanho disse...

Obrigado pelas palavras elogiosas, na medida em que sei que vindas de ti só podem ser sinceras. És um dos motivos pelos quais as coisas, sendo belas e profundas, me vão nascendo das palavras. Tudo de bom para ti, e que nunca estas leituras se retraiam. Galáxias de beijihosssssssssss pa ti