A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras

A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras
São o chão em chamas onde as lavras

segunda-feira, junho 14, 2010

Sétimo Cálice

Só pode haver uma lenda, um fado, um mito
Aonde esteja o nosso destino traçado,
Repondo fundamento no mundo, em que acredito
Até podermos ter o futuro alado, dez vezes escrito
Há muito, no mais profundo e recôndito passado.


Sucedem-se aqui raras ampulhetas vistosas, sãs, originais, habitáculos
Acesos e reincidentes ateando sinais de leda esperança na soleira
Átrio reduto das aves seculares arroteando registos auríferos à beira-
Seiva das algas em regras aquilinas da sensatez afecta aos cenáculos
Cujas águas ardentes reflectem as aspirações supremas desta videira
Em que me enrolo e enleio no esteio do teu jeito, teu querer e maneira.


Altivo rogo acerto sumário antes da resoluta aurora tecer seu manto
Violeta e dourado de sangue aguado no rosário austero da tua sede,
E assim resumido na ara sagrada aprendo o refrão do aliado encanto
Que há em ver-te, ardendo metade de mim, a florescer noutro tanto
Como quem se mede no quanto acede aos reais anseios de submissão
Sabendo ainda reconhecer alianças remanescentes dos antigos sonhos
Águas, resoluções ardentes de selar harmonias no jardim da promissão
Atalhos simétricos de alinhavar rotas ancestrais do rumo adepto ao ser
Ponto na ponte os sinais acordes a rescrever álgebra rima da alva sina
Ao ritmo ainda sufixo do viver em cada crer que o sonhar nos ensina
A querer até conseguir, neste chegar gerúndio, ao ficar que domina ver
Porquanto estar é ser, e ser um sendo, crescendo a par da suma razão:
Tu, gritada no meu silêncio, ecoas e bates veloz[da]mente ao coração
Qual anel refeito na angústia sofrida como se nunca a houvera dito
Ou tida, arte da resiliência aprontar soluções antes e reparar acontecer
Antídotos e anestesias reais para a dor e mágoa, ainda antes do doer.


Então, cruzo os braços sobre meus próprios ombros afoitos, secos, nus
E nesse amplexo um realejo amplia sonoros ritmos para antigos rituais
Que onde se fundem os ecos profundos pelos mais do que outros, uns
Esses serão os teus, que ao cingir nos meus, os confundi seus iguais
Por não haver outros que lhe caibam e saibam amparar como nenhuns
Porém mais, muitas vezes, por sinal, multiplicado muitas vezes mais.

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