A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras

A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras
São o chão em chamas onde as lavras

sexta-feira, novembro 20, 2009



Este é o império do foi ontem, ao crepúsculo;
Tudo é memória, lassidão contemplativa, sede.
E esse alguém que procuras do outro lado da espada
Que conhece o gume e fio de diferente ângulo ao vértice
Já esculpiu a dor na pedra dos rostos com o cinzel da fala
Já escorreu de ventre esgueirante entre as fragas agrestes
Já desceu os rápidos entre o silêncio e o sonho
Como se canoa de asas abertas fosse o seu canto
Num composto cromático de argila vermelha e cinzenta.



Já te disse que nunca poderia ir por onde todos vão
Embora haja no seu sorriso a precisão dum caminho
Duma vaga ambiguidade a que me possa abandonar,
Alguém a pisar o linho com o sopro da voz no desvão
O murmúrio quase aceso no patamar de uma elipse
A curva do tronco a arfar na contradição do suspense.


Esse thriller, sim, que a história nos segreda nas tardes
Como se fosse o dia do tamanho dos milénios indecisos
É tão-só o negativo do romance que o teu nome soletra
À esquina da sombra, entre ser e dizer, apenas sofreguidão
Aberta válvula para dentro transparecer a serenidade doce
Da luz a desmaiar aos pés de um quotidiano que aspira
Corre e se deita ao comprido das águas imperiosas.

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