Que é isso de a gente oscilar na corda plangente
Estar à porta do tempo, equilibrados no botaréu
Com um pé fora e outro dentro, dependurados do céu
Trajados no rigor ascendente, da lua em seu quarto aceso
Crescente, com a certeza que o passo não nos pertence
Assente de um acontece acontecido ao avesso?
Assente de um acontece acontecido ao avesso?
Não há prosas vãs, rimas falhadas, nem palavras perdidas
Quando os momentos são directos, instantes abertos
Em que todas as noites são confessadas nas nuvens caídas
No acontecerem dias completos, de minutos a segundos certos
Na surpresa graça do que soído fora, nos escora concretos.
Que o amanhã é um ontem que vigora, e dura com vigor
Embora haja quem lhe chame futuro sustentado, é dado de rigor
No humano designo de um soneto inacabado, que se fora creditado
É tão-só aquilo que eu, rústico e tosco, nomeio apenas por agora!
Sem comentários:
Enviar um comentário