A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras

A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras
São o chão em chamas onde as lavras

terça-feira, novembro 03, 2009

AS PESSOAS REESCREVEM-SE no improvável
Qual forma verbal de dizer o silêncio
De aspergir o futuro, a imensidão, o infinito
Tão contrária à força de iludir tranquilidades
Como as sebes de ciprestes dos talhões urbanos
Dos quadros variáveis nas janelas dos autocarros
Dos comboios, computadores portáteis inoportunos
Mas sempre presentes em cada pálpebra descaída
De quem não quer ver quem o acompanha, ter
É ser-se quem é, onde está, para onde vai, assim
Sem querer, ou sem saber de querer ir ainda
Bater às portas apenas pintadas nas paredes
Nos muros que Berlim ergueu em cada um
De nós, atados fazendo-nos dois pelo menos Pessoa
Que foi mais também não teve vida fácil
Nem compreender significa tornar as coisas simples
Dóceis, unas, definidas, homónimas ao ser
Estarem prontas e disponíveis ao pragmatismo
Exigente, cruel, verdadeiro, imoral, financeiro
Como cada poema escrito a pensar no amanhã.


Porque hoje é uma palavra que marca a fogo.

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